terça-feira, 26 de maio de 2015

Além dos 490 kms caminhados pelas praias do Ceará, Piauí e Maranhão, e outros tantos de barco em diversas travessias e entre Belém e Manaus, outro objetivo desta jornada foi fomentar a arte. 

Assim sendo, foram realizadas 14 oficinas de gravura, 


duas oficinas de stencil 


e duas oficinas de desenho em comunidades, escolas e asilo. 


Também foram feitos 24 grafites durante a viagem.



















sábado, 18 de abril de 2015

Durante a caminhada o que mais me perguntaram é se eu era gringo ou hippie, e se eu não tinha medo de viajar sozinho.
 Aliás, brincadeiras a parte, a palavra que mais ouvi e ouço é medo.
É impressionante como as pessoas tem medo de viver.
Não vivem por medo da morte, ou vivem como mortos-vivos, como que adormecidos.
 Trocam a única realidade palpável, que é o momento presente, pelo medo de algo que não existe e pode acontecer.
Precisamos ser prudentes, conhecer nossos limites, mas um mínimo de coragem é necessário para lidar com as incertezas da vida.
Aí está o fascínio da vida - sua imprevisibilidade.
Não temos como saber com exatidão o que irá acontecer, enquanto que no agora temos a vida em toda a sua expressão.
Não tem sentido trocar o certo pelo duvidoso.
O que mais pode acontecer do que a morte?
 Para mim que acredito indubitavelmente na reencarnação fica mais fácil viver a vida que quer ser vivida.
Acreditar num bem supremo também ajuda.
Sempre me dei muito bem comigo mesmo e tenho prazer em estar só.
 Isso é solitude. 
E mesmo assim, o maior bem que recebi durante a viagem, foram as pessoas que conheci e passaram a fazer parte de minha vida.



O caminho do agora é repleto de incertezas e o grande desafio é confiar nos desígnios do meu coração, aprendendo a viver a vida livremente.

Ser o que sou é o objetivo e só o amor tem a resposta desse enigma. 
Conforme me aproximo dessa luz, me ilumino mais, me percebo, me aceito, me respeito e me amo como sou.
  Por vezes me reencontro no agora plenamente e desperto.
Às vezes me perco nos conflitos do passado, em meio a julgamentos, vingança e culpas. 

Outras vezes o medo e a dúvida ressurgem quando o desejo e a desconfiança invadem meus pensamentos, a medida que estes insistem em viajar para o futuro.
Fica cada vez mais claro a verdade do agora e a ilusão da ausência dele.
 Enfim,
me aproximo a cada dia da minha realidade espiritual e material,
 transcendendo à noção de meu próprio eu, 
onde a família passa a ser toda a humanidade,
assim como todas as espécies que compartilham da vida conosco.