Aliás, brincadeiras a parte, a palavra que mais ouvi e ouço é medo.
É impressionante como as pessoas tem medo de viver.
Não vivem por medo da morte, ou vivem como mortos-vivos, como que adormecidos.
Trocam a única realidade palpável, que é o momento
presente, pelo medo de algo que não existe e pode acontecer.
Precisamos ser prudentes, conhecer nossos limites, mas um
mínimo de coragem é necessário para lidar com as incertezas da vida.Aí está o fascínio da vida - sua imprevisibilidade.
Não temos como saber com exatidão o que irá acontecer,
enquanto que no agora temos a vida em toda a sua expressão.
Não tem sentido trocar o certo pelo duvidoso.
O que mais pode acontecer do que a morte?Para mim que acredito indubitavelmente na reencarnação fica mais fácil viver a vida que quer ser vivida.
Acreditar num bem supremo também ajuda.
Sempre me dei muito bem comigo mesmo e tenho prazer em estar só.
Isso é solitude.
E mesmo assim, o maior bem que recebi durante a viagem, foram as pessoas que conheci e passaram a fazer parte de minha vida.
Conforme me aproximo dessa luz, me ilumino mais, me percebo, me aceito, me respeito e me amo como sou.
Por vezes me reencontro no agora plenamente e desperto.
Às vezes me perco nos conflitos do passado, em meio a
julgamentos, vingança e culpas.
Outras vezes o medo e a dúvida ressurgem quando o desejo e
a desconfiança invadem meus pensamentos, a medida que estes insistem em viajar
para o futuro.
Fica cada vez mais claro a verdade do agora e a ilusão da
ausência dele.
Enfim,
me aproximo a cada dia da minha realidade espiritual e
material,
transcendendo à noção de meu próprio eu,
onde a família passa a ser toda a humanidade,
assim como todas as espécies que compartilham da vida conosco.