domingo, 15 de março de 2015


Momentos Baianos
  
Sentado no banco de uma praça pequena
e acolhedora da orla do rio Paraguassú, na cidade de Cachoeira,
assistindo uma banda de forró num pequeno palco.

O som do baião passa a me embriagar com sua energia
alegre, espontânea e cheia de vida,
fazendo meu corpo se mexer naturalmente.

Vejo crianças, jovens, adultos e idosos também beberem da mesma fonte,
dançando uma singela e solidária quadrilha,
ao som da sanfona, da zabumba, do triângulo e do violão.

Um chuvisco grosso logo vem e espanta o povo,
principalmente as mulheres preocupadas com seus cabelos
habitualmente alisados por chapinhas.

A banda protegida da chuva continua sua festa,
tanta que um rasta começa a dançar freneticamente,
embalado por quem sabe muita cerveja.

Continuo sentado indiferente à chuva refrescante,
anestesiado por aquele momento maravilhoso,
assistindo àquela cômica e solitária performance.

Algum tempo depois a chuva passa e o povo volta
a dançar no balanço de um xaxado,
não menos empolgante.

De repente um casal de jovens chega para dançar,
e seus lábios se encontram pela primeira vez,
consumando seus desejos de se entregarem e se conhecerem.

Então todos pedem bis, bis, bis, após o cantor anunciar o fim,
pois todos queremos prolongar aquela celebração,
queremos continuar dançando, cantando e rindo.

E assim fomos agraciados com mais uma de Luiz Gonzaga,
que incendiou ainda mais aquela vibração amorosa,
onde comungamos uma sensação de paz e êxtase.


Cachoeira, 06/07/2013, 19:19

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